Hear ye, hear ye! É hoje o último dia para visitar a exposição final de alunos da Nextart. Pintura, Desenho, Aguarelas, Ilustração, Escultura e contos catitas por dois pisos a transbordar de talento.
Playing: Muse 2.0
Por muito Muse que sejam, o Conor Mason está para o Jeff Buckley como o Kevin Parker está para o John Lennon.
Observação e Análise dos Ecossistemas nos Novos Templos Urbanos: o Ginásio
Há os que fecham os olhos e se entregam ao ritmo da respiração, e os que olham em volta como que à procura de confirmação de que têm o braço esticado no ângulo correcto e a perna dobrada na direcção pedida. Há as senhoras reformadas que investem no equipamento da moda e não se separam … Continue reading Observação e Análise dos Ecossistemas nos Novos Templos Urbanos: o Ginásio
quem fotografa a fotógrafa?
Quando era pequena, a minha mãe ralhava várias vezes comigo por estar sempre de máquina em riste, a fotografar tudo e todos, sem nunca aparecer em foto nenhuma. E, salvo excepções pontuais, continuei a seguir pelos anos como a cronista entusiasta de ajuntamentos e passeios vários, ignorando estoicamente os protestos dos meus modelos involuntários. Até … Continue reading quem fotografa a fotógrafa?
quando deixamos o nosso Eu Mais Novo orgulhoso
Reler-nos com anos de distância é sempre um risco. Especialmente quando nos confrontamos com um ou outro Manifesto cheio de certezas sobre as Verdades da Vida. Há muitas estradas e vielas que vamos escolhendo ao longo do percurso - e emprego o plural porque suspeito não ser a única - que deixariam o nosso Eu … Continue reading quando deixamos o nosso Eu Mais Novo orgulhoso
Pose & Variações
Acaba hoje mas ainda vão a tempo de espreitar a exposição Pose e Variações, no Museu Calouste Gulbenkian, com cerca de 30 estátuas de escultura francesa, das colecções de Calouste Gulbenkian e Carl Jacobsen. Bem tentei, mas (oh, contra-luz cruel!) não consegui apanhar a fantástica Baigneuse em terracota, de Aimé-Jules Dalou. Ficam aqui algumas - … Continue reading Pose & Variações
Premier PC-440
2018 foi o ano em que amigos fantásticos me despacharam uma série de máquinas fotográficas de bolso, com as quais tenho cegado temporariamente as pessoas da minha vida. Depois da máquina sem marca (aka Máquina Chunga), segue-se a primeira fornada de uma Premier PC-440 que andava perdida num sótão algures e foi agora usada pela … Continue reading Premier PC-440
Criancinhas optimistas
Planificação de leitura para 2019 que, provavelmente, não vou seguir. 1 livro por mês, 5 dos quais do David Mitchell, ficando a bibliografia do senhor devorada Os restantes em português porque ando demasiado perra na minha língua materna. Na realidade, vou continuar a comprar livros que irei ler sem ordem nenhuma. Mas no Mitchell tenho … Continue reading Criancinhas optimistas
interpretações
- Eles acreditavam que uma pessoa, quando morria, aparecia outra vez. - Sim, as vidas múltiplas. os mini-primos, em conversa natalícia sobre o antigo Egipto
Ἑλλάς – Delphi
O plano era simples: dois dias em Atenas e outros dois divididos por duas ilhas, com o objectivo de não mexer uma palha e dar uns mergulhos no mar Egeu - mas quis Éolo que fossemos soprados noutras direcções. Chegados ao porto de Piraeus, descobrimos que os ferrys estavam parados graças à tempestade que se … Continue reading Ἑλλάς – Delphi
Ἑλλάς – Atenas
Visitar cidades não significa que as vejamos realmente. À excepção dos nove dias que passei em Paris e da greve geral dos transportes que me obrigou a fazer a cidade toda a pé (há várias vidas atrás), vou-me embora sempre com a sensação de só ter visto o salão dos convidados. Por muito que espreite … Continue reading Ἑλλάς – Atenas
ampulheta
Parece lenta por ser imensa a torrente que passa pela ampulheta. Devia entupir ou emitir sinal de alarme ao ver passar versos repetidos ou rimas pirosas. Ouve a areia, diz ela, não queres a tua âmbola cheia de poemas menores.
10 albums / 1 post
A corrente pede 10 álbums que ainda apareçam nas nossas playlists - uma capa por dia, sem explicações, e com a nomeação da praxe. Vou saltar os artifícios e apresentar os 10 da minha vida (que deviam ser 20 para caberem mais), um pouco por ordem de importância:
De Santos e Pastores
Foram anos de poemas declamados no colégio de freiras e de outros tantos a retalhar versos como se fossem só uma aglomeração de a-b-b-a e sinédoques - que identificamos com o mesmo entusiasmo de quem decora a lengalenga do teorema de Pitágoras. Até que um dia, depois todo este ruído, conheci o mestre Caeiro, e … Continue reading De Santos e Pastores
O Slogan Maldito
Deparei-me hoje com esta palermice de cartaz num tweet do irmaolucia e fui a correr confirmar. Era verdade, caros leitores: o CDS/PP de Almada (porquê especificamente o de Almada é uma boa questão, e uma à qual não sei responder) tinha um novíssimo cartaz para a sua campanha contra a eutanásia.: Digo "tinha" porque já … Continue reading O Slogan Maldito
A Página em Branco
O terror. Começar por onde, em que ponto? E se me engano...? E se aquilo com que preencher o espaço em branco for mau? Pior: e se for medíocre? Todo este potencial manchado. A infâmia...! Pelo menos é o que entendo dos infinitos relatos sobre o medo da página em branco. Não o sei descrever … Continue reading A Página em Branco
das revelações
"O teu avô era dos lobisomens. Desde pequena que me contava histórias sobre eles nas encruzilhadas." Prémio História de Família do Ano
fio fantasma
Sinto o mundo passar à frente e o passo dos meus pés presos com o peso de tempo soldado. Sempre me vi entre as palavras mas talvez as tenha tomado por certas. Devia estudar-lhes os vestidos E deitar fora os panos de padrões pirosos. Por muitos modelos que esboce O meu medo É já são … Continue reading fio fantasma
Na última vez que estive contigo
Na última vez que estive contigo fomos as duas andar de baloiço no parque. Os Cinzentos mandaram-nos olhares reprovadores e comentámos o bom que era termo-nos uma à outra como companhia para andar de baloiço no meio da cidade e que os deviam fazer para adultos também. Porque, num mundo que nos torna monocromáticos com … Continue reading Na última vez que estive contigo
Hoje o mar sou eu
É a sina de qualquer aprendiz: antes de se conseguir criar obra nossa, passamos eternidades a copiar (muito) os que já o fazem. Para perceber como se chega lá, para exercitar os músculos até conseguirmos andar sem as rodinhas de apoio. Os desenhos por aqui começaram depois dos 30 e, só muito recentemente, a surgir … Continue reading Hoje o mar sou eu
Consultadoria
De cabeleireira farfalhuda cortada à tigela, tem um quê de Ringo Starr se tivesse tirado Gestão. O ângulo do perfil parece completamente à mercê do nariz e do seu esforço consciente em manter-se elevado - o que, é sabido, mostra ao mundo como somos conhecedores e capazes. Mas quando se afasta do portátil anda e … Continue reading Consultadoria
Translations
O meu amigo Ricardo escreve umas coisas - bastantes e boas. Há poucos dias publicou, no seu cantinho virtual, um poema em que pede para não ser traduzido. O que me pareceu a oportunidade perfeita para exercitar os músculos de tradutora e pseudo-poeta. Sem mais demoras, aqui vai: My friend Rick (see what I did there?) … Continue reading Translations
‘Animais de Sangue Frio’
Festa de lançamento de Animais de Sangue Frio, o segundo livro de Elisabete Marques, ed. Língua Morta. Como um maquinismo louco ou uma lâmpada quase fundida, sou intervalado. Tremo até deslocar o ar. Minha inquietação, uma espécie de granido sem moldura. Vi-me ansioso por ser completo e absoluto, eu. Esta questão de lugar, o lugar sempre … Continue reading ‘Animais de Sangue Frio’
Mais, por favor
Quando era pequena, o meu pai tentou (exaustivamente) convencer-me a ter aulas de aikido. "Não quero! Quero ser bailarina!", protestava eu. "O aikido é quase uma dança," argumentava o meu pai "vais ver que vais gostar." Mas a Marta de 8 anos não queria saber. A Marta de 8 anos queria era lantejoulas, dançar em … Continue reading Mais, por favor