Parece lenta por ser imensa a torrente que passa pela ampulheta. Devia entupir ou emitir sinal de alarme ao ver passar versos repetidos ou rimas pirosas. Ouve a areia, diz ela, não queres a tua âmbola cheia de poemas menores.
fio fantasma
Sinto o mundo passar à frente e o passo dos meus pés presos com o peso de tempo soldado. Sempre me vi entre as palavras mas talvez as tenha tomado por certas. Devia estudar-lhes os vestidos E deitar fora os panos de padrões pirosos. Por muitos modelos que esboce O meu medo É já são … Continue reading fio fantasma
The Visitors
It wasn't like this before. We were never modern or trendy only feeding off old glories of dead sailors and football stars. So we liked having you here: the wealthy relatives who never held us in any regard. But now you come to visit all the time. There is no more sitting outside with a … Continue reading The Visitors
Seeds
The eyes In my mind See all the skies I've crossed Since they were left behind Can you see All the seeds you left Inside me How they grow Do you know It is all you I am turning into.
in reality
in reality music is more fitting for the measures of this heart but I cannot play all the keys it wants to say so I let it start with these silent songs
primordial
It breathes ancient, this thing. It stirs and it rings and pours out of my skin. There's a tempest within. I should hold down the lid but can't sail this ship while lost drunk on longing. The sails rip at the seams. My lips holding the seeds I can't sow - for now. Can the … Continue reading primordial
Bag Lady
Too many bags with too much baggage back from when your heart was savage and oblivious. A bag of lights A bag of doubts An empty bag on where to shout. The bag of tricks you've since collected - their smoke and mirrors have now deflected. So pile it up and build a pyre Make … Continue reading Bag Lady
74 x 34 x 60 mm
Dimensões conservadas. Discretamente heterogéneo apenas. Linha sem alterações intrínsecas. Septação fúndica já conhecida já alvo de intervenção. Cavidade virtual. Pequenas imagens líquidas infracentimétricas simples. Visibilidade anexial direita mais satisfatória do que a esquerda. Douglas livre.
Levante
Como ser imune ao esfumar do corpo (apaga a luz) Tu de braço solto E eu a única elevada no banco de pescoço exposto à tua voz Há entrega num soltar dos ombros no leve descair contra o teu peito (como se já tantas vezes o tivesse feito) e os teus dedos passam seguros pelos … Continue reading Levante
Down the spiral ladder
Down the spiral ladder Your pet demons’ visiting hour. (Can you truly hate them when you’re their mother?) Can’t you tame them When light shouts louder? You know better. Being born from the water and all The mysteries you claim to know. Just go under.
Hg
Me, the ever restless twins Fast as wings in Hermes’ heels You, Apollo’s racing car Know what is a cinnabar. From chemistry to alchemy Astrology, astronomy An orbit of the highest Eccentricity Coulomb interaction Semi-neurotic reaction To bad grammar and bad spelling That we both find so repelling. You know the capital of Nepal … Continue reading Hg
Isidora & Prose
I am a painfully s l o w writer of prose and soaringwriterofverse. To my mind prose is convention & norm, poetry free form. In a poem, you can cut sentences in half wherever you wish and pile them up together in whatever shape you want You could never have that with prose.
entretanto
O blog também fez anos e, em tom nostálgico, reproduzimos aqui o início, agora com foto a condizer. princesas a ervilha que eu temo és tu quem a sente? se eu assinto a escalada dessa pilha aclamada de colchões.
gomesianismo
Vagueando toda a noite. Bebendo todo o dia. Vida de pobre Ninguém nos tira uma fotografia. Já aborrecidos à tarde Bafámos um charro. A alegria voltou Mijámos em cima de um carro. Embora o verso pareça fácil Ainda tive de reflectir um bocado. Agrada-me escrever Sobre o futuro, presente e passado. João Gomes, #32, in … Continue reading gomesianismo
it is quiet
it is quiet my love I do not float away at your sight at your words at your matter of gray it is rooted my love like the ancient cool stream your reflection so close to the one I have seen and they're crappy, my love these words and the rhymes as it's born in … Continue reading it is quiet
plasma
os pontos soltos que fui criando e dispondo por mim como uma constelação à espera de ser formada pequenas luzes dispersas que me lançaram na queda por não terem rectas que me guiassem encontrei linhas com laços e nós desfazendo-se sempre entre os dedos ansiosos agora calmos - ainda nus que apontam os pontos que … Continue reading plasma
a cave
deixava todos os dias a minha voz debaixo do tapete de entrada tu eras a cave eu a janela no espaço vazio cheio de ti cheio do meu medo de quem desceu aos infernos por lá ver centelhas. se havia palavras ficavam nos cantos e esquinas da sala no meio de tantos ais que sorri … Continue reading a cave
(sem título)
lembras-te, irmã das cruzadas desertos onde amámos a solidão e o silêncio e a nossa pele se tornou pedra com as areias que ninguém sacudiu das nossas pálpebras.
china
Corpo meu fará quadrado. Corpo meu duro que é Embora palavras não diga Palavras guarda. E responde.*Queria eu, esconder-me na montanha. Estudar a Via. Mas não aguento, o frio - nem suporto, a fome. in Poemas Anónimos - Turcos, Mongóis, Chineses e incertos, Assírio & Alvim
bay-route
O que me traz será reminiscente de caravanas e feiras, saias rodadas e pés descalços? ou do fascínio burguês (tão bem instalado) pelo nómada por certo exótico infectado com areias que nunca vão conhecer fora das excursões programadas controladas quando trocam o que julgam ser riqueza pela ilusão de liberdade e horizontes amplos mas sempre … Continue reading bay-route
1.000
I will not love you for your grey and your blue when I have already loved one thousand like you (and my ears are full of such idle haughty words) I will not chase you down the road when it leads only to time wasted when your feet are not hasting in my direction (and … Continue reading 1.000
pavão
passa por mim com tinta e carvão no algodão que nos cobre ao nos descobrirmos tu e eu passa por mim com palavras cantadas pelos teus dedos nos dias em que o veludo é tudo o que não tenho passa por mim mesmo que venhas só de passagem mesmo com a tua plumagem escarlate e … Continue reading pavão
mais-que-perfeito
peças pequenas estilhaços bocados de mim aos pedaços só te quero pelo que tens que é meu ou ainda serei e apenas sou quando não te sei
poros
quero a pele que me demarca viva sem a marca dos teus lábios os olhos cerrados do teu corpo trémulo quando te dedilho pequenos montes que temos iguais
princesas
a ervilha que eu temo és tu quem a sente? se eu assinto a escalada dessa pilha aclamada de colchões.